Natureza | Flores | Capuchinha sortidas.


Durante a primavera de 1994, sob a inspiração do filme "Como Água para Chocolate"(que fazia sucesso na época), revistas, jornais e programas de TV abriram espaço para um assunto muito interessante: comer flores. É que no filme, é demonstrada a receita de um prato tido como "afrodisíaco" - as famosas codornas em pétalas de rosas - que despertou o interesse de muita gente. Embalados nessa linha, os veículos de comunicação deram destaque até para pessoas que se declaravam verdadeiras "comedoras de flores".
Passada a moda, muitos esqueceram o assunto mas há quem goste realmente de saborear flores. Em São Paulo, por exemplo, sofisticadas lojas de produtos alimentícios nacionais e importados (cuja clientela é composta por muitos gourmets), oferecem verdadeiras iguarias como calêndulas, flores de iuca, violetas, amores-perfeitos, capuchinhas - todas cultivadas sem agrotóxicos e produzidas especialmente para o consumo alimentício. As flores podem ser servidas ao natural ou enfeitando e enriquecendo saladas, fazendo parcerias deliciosas e refrescantes com legumes e folhas como rúcula, agrião, alface, etc.
Só que nem todas as flores podem ser usadas na alimentação. Muitas, mesmo não sendo cultivadas com agrotóxicos, apresentam princípios tóxicos que podem ser perigosos para a saúde. Antes de sair "se aventurando" pelos jardim à procura de um bonito ingrediente para a salada, é preciso conhecer bem as plantas para não correr riscos desnecessários.
Dentre as flores citadas acima, uma delas se destaca pelo seu valor na alimentação: é a capuchinha (Tropaeolum majus), também conhecida popularmente como chagas, flor-do-sangue e agrião-do-méxico. O nome "flor-do-sangue", aliás, provavelmente surgiu da fama que a planta adquiriu como anti-anêmica. Sabe-se, também, que a capuchinha é muito usada no tratamento contra o escorbuto (carência de vitamina C).
A capuchinha (ou chagas) pertence à família das Tropaeoláceas, é nativa do Peru, México e regiões da América Central. Trata-se de uma planta herbácea que pode ser usada como forração, como planta escandente ou cultivada de forma que tenha condições de enrolar os pecíolos das folhas em algum apoio. Apresenta folhas arredondadas, com longos pecíolos e flores isoladas, em forma de cálice, nos vários tons que vão do amarelo claro ao vermelho, passando pelo alaranjado. Tanto as folhas como as flores apresentam seiva de sabor picante, muito parecido ao do agrião.
Fácil de cultivar
Num canteiro ou num vaso, onde possa receber bastante luz solar, a capuchinha floresce bem. Decorativa, pode compor bordas em jardins ou formar um lindo arranjo, plantada numa jardineira e instalada numa varanda ou peitoril ensolarado. A planta se reproduz por meio de sementes, por divisão de touceiras ou estaquia, sendo que o melhor método é o da divisão. O plantio pode ser feito em qualquer época do ano porém, durante a primavera, a capuchinha se desenvolve com maior rapidez.

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