Natureza | Flores | A árvore da felicidade.



A árvore-da-felicidade-fêmea é um arbusto ou arvoreta, de textura semi-lenhosa e folhagem ornamental, cercada de misticismo e superstições. Acredita-se que a presença da planta na casatraz harmonia e felicidade ao ambiente e seus moradores. No entanto, para receber essas dádivas não se pode comprá-la simplesmente, é preciso ganhar de presente. Essa história surgiu do fato de os povos orientais frequentemente oferecerem a planta de presente, em conjunto a uma outra espécie. Apesar do nome, do parentesco e da semelhança, as plantas são de diferentes espécies e não necessitam uma da outra para viver ou se reproduzir. Ainda assim, há quem diga que somente plantadas juntas elas trazem boa sorte e felicidade. Suas folhas são tripinadas, aromáticas, brilhantes, de cor verde escura, lineares a lanceoladas e subdivididas em finos segmentos. Com o passar dos anos, as folhas de baixo secam e caem, exibindo um caule rugoso, forte e bonito, que aparenta ser mais antigo do que realmente é. Essa característica é muito procurada em plantas para a arte do bonsai. Ocorre ainda uma variedade de folhas variegadas, com margens brancas. Raramente floresce fora do seu habitat. Plante a árvore da felicidade-fêmea em bonitos vasos de cerâmica ou resina, que fiquem bem com a decoração do ambiente. Sua folhagem luxuriante, de textura fina e tropical tem um efeito decorativo impactante em salas, escritórios, quartos, varandas, pátios, etc. Realize podas de formação e limpeza, estimulando o adensamento da planta e prevenindo assim doenças e pragas. Mantenha a proporção do tamanho da muda com o volume do vaso. E tenha em mente que de tempos em tempos, a planta precisará ser transplantada, precisando cada vez de uma vaso maior, que acompanhe o seu desenvolvimento. No jardim pode ser plantada isolada, em conjuntos ou em renques, preferencialmente em áreas protegidas. Se conduzida em ambientes internos, tende a crescer demorando para lignificar o caule. Essa característica a torna suscetível a quebras. Portanto, utilize tutores de bambú ou madeira, para manter a planta bem escorada.

Deve ser cultivada sob sol pleno, meia sombra ou luz difusa, em solo drenável, enriquecido com matéria orgânica e mantido úmido, sem encharcar. Ao montar o vaso para a planta, utilize como substrato uma mistura de solo comum de jardim, terra vegetal, areia e vermiculita, e forre o fundo do vaso com pedras e manta geotêxtil. Assim você garante a boa drenagem e a retenção ideal de umidade. Apesar do que muitos podem dizer, a árvore-da-felicidade-fêmea pode ser plantada sob sol pleno, desde que a mudança para o ambiente ensolarado seja lenta e gradual, evitando assim a queima repentina das folhas. Da mesma forma, plantas cultivadas sob intensa iluminação precisam ser gradativamente sombreadas, pois correm o risco de perder todas as folhas depois da brusca mudança de ambiente. Ela cresce muito bem em ambientes sombreados em até 80%, mas ficará mais viçosa e cheia em áreas mais iluminadas. Não tolera poluição ou fumaça de cigarros, assim como frio intenso, geadas, salinidade, ar condicionado ou áreas expostas com muito vento. Fertilize de maneira branda e diluída durante toda a primavera e verão. Multiplica-se facilmente por estaquia dos ramos, que podem ser obtidos durante as podas. 



A lenda da Árvore da Felicidade

“Existiu no antigo Japão a lenda de uma árvore mágica que diziam trazer felicidade e realizações a todos que passassem por ela.
A pequena Haru morava numa aldeia com sua família e já ouvira sua avó contar essa lenda, tendo o sonho infantil de encontrar essa árvore.
Sua família vivia em dificuldades. Certa manhã, ela e Anisan, seu irmão, brincavam pelas redondezas quando viram um velhinho sentado em uma pedra e dele se aproximaram.
– Bom dia!
– Bom dia! Que linda manhã de sol não é mesmo?
– Sim, o que o senhor faz por aqui?
–Estou descansando um pouco, pois vim de muito longe em busca da Árvore da Felicidade…
Haru e Anisan levantaram as orelhas, curiosos:
– Não sabíamos que essa árvore ficava por aqui.
– Ela não fica. Nesse lugar está o portal que nos leva até ela.
– Um portal?
– Sim, mas não é fácil chegar lá. Precisa-se ter boas pernas para subir aquela montanha e eu já estou meio velho…As crianças olharam a grande montanha à sua frente e pensaram não ser tão difícil escala-la. Foi nesse momento que o velho propôs:
– Por que vocês não me ajudam a subir? Eu posso mostrar onde fica o portal para vocês…
Os irmãos se entreolharam. O velhinho parecia ser bonzinho e estava tão cansado que concordaram e começaram a caminhada.
Mesmo tendo um cajado, o velho subiu com dificuldade, e as crianças tiveram que apóia-lo quase o tempo todo.
Lá de cima, avistava-se toda a cidade e eles respiraram fundo quando chegaram.
– E agora? – perguntaram – Onde está o portal?
– Está bem à nossa frente…Mas só quem tem o coração puro pode ver…
As duas crianças olharam aquele imenso prado verde e nada conseguiam ver.
– Não vemos nada…- reclamou Anisan.
– Olhem com os olhos da alma…- disse o velhinho – Está ali, bem à nossa frente. Já estou vendo…
– Haru fechou os olhos, sentiu a suave brisa da manhã, o calor do sol e pensou no quanto desejava conhecer essa árvore para trazer felicidade e prosperidade para sua família. Quando abriu os olhos, a magia aconteceu: ela viu um caminho que antes não estava ali!
– Veja, Anisan: uma passagem…parece meio invisível…
Anisan esfregou os olhos e também viu.
– Estou vendo! Vai dar num bosque!
– É isso mesmo! – sorriu o velhinho.
Vamos!
E os três se aventuraram por aquele caminho.
Atravessando o portal, tudo parecia mais bonito: o verde era mais verde, as flores mais coloridas, o céu parecia mais azul. Havia pássaros e borboletas que eles nunca haviam imaginado!
-Como é lindo! – exclamaram as crianças.
Após passarem pela floresta, chegaram a uma clareira onde repousava isolada uma simples árvore frondosa, mas Haru soube na hora que era aquela.
– É aquela! Tenho certeza!
As crianças correram na frente, abraçando seu tronco e subindo em seus galhos
– E agora? Como fazemos para ter felicidade? – quis saber Anisan.
– Basta fazer um pedido do fundo do seu coração! –explicou o velho.
Os irmãozinhos fecharam os olhos e pediram felicidade e prosperidade para sua família. Sentiram-se tão imensamente gratos por estarem ali, que suas almas resplandeceram. Ao abrirem os olhos, toda a árvore estava envolvida em uma grande luz, como se atendesse ao desejo dos garotos.
Ambos ficaram deslumbrados!
Haru chamou o velhinho: – O senhor não vai pedir nada?
Ele apenas sorriu, e disse:
– Na verdade, já sou muito feliz e vim aqui somente para traze-los, pois sei que são boas crianças, com pais que merecem ver seu desejo realizado. Acham que sabem voltar sozinhos?
– Claro! – respondeu Haru – mas não compreendo por que nos trouxe até aqui, subiu com tanta dificuldade e não pediu nada para si…
– Porque a verdadeira felicidade está em ver as outras pessoas felizes. Sou apenas o guia dessa árvore…Adeus crianças!
E assim dizendo, ele desapareceu, como um sopro.
Anisan e Haru se olharam assombrados, mas não sentiram medo, e sim gratidão pelo que o velhinho fizera.
Voltaram para casa correndo, contando as novidades para sua família que, daquele dia em diante, não mais passou fome, nem teve nenhuma necessidade, prosperando cada dia mais.”